Pesquisa revela situação de Telecentros Municipais

De 11 Telecentros Municipais localizados em cidades da região do Vale do Mucuri, Jequitinhonha e Norte de Minas, cinco estão fechados por falta de recursos financeiros. Os outros seis em funcionamento enfrentam dificuldades em realizar a capacitação dos educadores e no manuseio dos programas e equipamentos. Essas e outras informações foram apresentadas pela jovem Neltinha Oliveira na mesa “Relato de experiências sobre a realização de diagnósticos acerca da situação da infância e adolescência”, durante o seminário “A criança e o adolescente no foco das políticas públicas”, realizado pelo Programa Novas Alianças nos dias 17 e 18 de setembro em Lagoa Santa, Minas Gerais. A jovem, que tem 20 anos e é natural da cidade de Franciscópolis, no Vale do Mucuri, realiza desde junho um mapeamento dos problemas enfrentados por Telecentros Comunitários da região.

Em Minas Gerais, foram implantados ao todo 110 Telecentros, por meio do projeto Cidadão.Net, coordenado pelo Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (IDENE). Desde 2008, esses espaços não recebem mais recursos financeiros do projeto. Segundo relata Neltinha, que é coordenadora do Telecentro Municipal de Franciscópolis, a situação fez com que os Telecentros fossem doados às entidades conveniadas, o que ocasionou vários problemas. “Sem suporte técnico e sem a bolsa dos educadores, o Comitê Gestor de cada Telecentro teve que procurar parcerias com órgãos locais para sustentabilidade do projeto. Isso fez com que alguns fechassem as portas e outros começassem a cobrar pelos cursos oferecidos e pelo acesso à internet”, descreveu.

Para desenvolver o mapeamento, a jovem enviou um questionário com 19 perguntas a educadores de Telecentros Comunitários das cidades próximas, e também compartilhou a pesquisa na Rede de Jovens Comunicadores do Semiárido Mineiro, espaço na internet que congrega hoje cerca de 350 jovens. O retorno, voluntário, veio dos municípios de Malacacheta, Poté, Itaobim, Januária, Mata Verde, Caraí, Jequitinhonha, Franciscópolis, Pavão, Monte Formoso e Santa Helena de Minas. Neltinha Oliveira diz que pretende continuar a pesquisa, no intuito de conseguir uma amostra maior e, assim, dar os devidos encaminhamentos aos resultados.